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terça-feira, 9 de abril de 2013

A Estrela Europeia

Tenho acompanhado a carreira europeia benfiquista em 2012-2013 com emoções mistas. 

Desde o inicio da época, que face às várias condicionantes exigia esforços redobrados e concentração máxima na conquista dos objectivos internos. Desde 1983 que o Benfica não faz uma dobradinha e isso explica muito do declínio que o clube tem vivido. Eu sou daqueles que acha que, uma hegemonia encarnada só será realidade, quando o Benfica voltar a conquistar dobradinhas consecutivamente. Deste modo, sempre defendi um desinteresse nas provas europeias deste ano, por forma a entrar sempre na máxima força nos jogos internos. Reza a lenda que Otto Glória - um dos nosso técnicos mais importantes - disse um dia que o Benfica não tinha "cu para duas cadeiras". Em parte é verdade, pois nunca conseguimos fazer um triplete.
No entanto, assim que a bola começa a rolar, não há benfiquista que não queira a vitória do clube e eu não sou excepção. Por mais que, racionalmente, pense não ser o melhor a longo prazo, a emoção sobrepõe-se e faz-nos querer tudo.

Vem esta longa introdução a respeito da carreira europeia desta época. O Benfica começou a temporada na Liga dos Campeões integrado no grupo do maior candidato dos últimos 5 anos. No entanto integrando também Celtic e Spartak, o grupo não era à partida um bicho de sete cabeças e afigurava-se razoavelmente acessível. Todos imaginaram o Benfica a chegar ao último jogo já apurado e com o Barcelona em primeiro do cume dos seus 15 pontos. No entanto a estrelinha da sorte (bem como culpas próprias em parte) não esteve connosco em dois jogos. No primeiro, o Benfica saiu derrotado de Moscovo, fruto de azares e de um jogo menos conseguido. 3 pontos cruciais, transformados em 0, frente à pior equipa do grupo. No outro, num verdadeiro milagre, o Celtic venceu o Barcelona em casa e subitamente o último jogo passou a ser decisivo para nós. Para nosso mal a estrelinha também não quis nada connosco nesse jogo e acabámos como começámos: empatados a 0. Oportunidades não faltaram, inclusivamente uma em que dois jogadores nossos avançaram isolados sem oposição rumo ao guarda-redes adversário. Fomos relegados para a Liga Europa.

Na segunda competição da UEFA, a nossa sorte mudou drasticamente. Como se para compensar o azar anterior, a partir de Fevereiro o Benfica tem sido absolutamente bafejado por enorme sorte nos jogos, ora marcando nos momentos decisivos, ora não sofrendo nesses mesmos momentos. Os jogos com Bayer Leverkusen, Bordéus e Newcastle, foram muitas vezes sofridos e empolgantes. O coração encarnado sempre a sofrer, mas no final com o Benfica a garantir 5 vitórias consecutivas (!), caso (quase?) inédito em fases avançadas desta competição. Lembrando-me dos momentos finais do jogo em Leverkusen, das oportunidades do Bordéus na Luz com golos anulados, das respostas de Cardozo aos golos gauleses em França, das bolas no poste do Newcastle, fico com a sensação de que há uma quase inevitabilidade na nossa conquista deste troféu. Sei bem que é uma sensação irracional e que logicamente algum dia esta sorte irá acabar (que não seja nesta época), mas é impossível não sentir isto. É o inexplicável tomado forma sob a égide da carreira europeia encarnada versão 2012/2013.

Tudo isto para escrever o seguinte: Com todos os acontecimentos desta época é impossível um benfiquista não sentir Amesterdão como o seu ponto de consagração.
Ainda falta bastante e há que ter os pés bem assentes no chão, mas é quase tangível e quantificável que o Benfica é a melhor equipa ainda em prova. E isso, só alimenta mais o sonho deste mundo chamado Sport Lisboa e Benfica.
 
E você, caro leitor? Já se imagina em festa nas ruas de Amesterdão?

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